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Poeta e advogado, Almir de Lima Pereira (Belém, 1927) estudou no Colégio Moderno, no Colégio Estadual Paes de Carvalho, bacharelando-se em Direito pela Faculdade de Direito do Pará, turma de 1951. Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Pará desde 1978. Foi pretor da comarca de Alenquer, aí exercendo cargo de juiz de Direito. Posteriormente teve cargos em Soure e Abaetetuba, onde permaneceu até 1966. Em 1968 foi promovido por antigüidade ao cargo de promotor público, candidatando-se então à Prefeitura Municipal de Abaetetuba. Procurador-geral do Estado por vários anos, em 1978 foi nomeado desembargador. Exerceu por vários períodos a presidência do Tribunal de Justiça do Estado, biênio 1989/1990. Nesse cargo, exerceu por diversas vezes a governadoria do Estado, nos impedimentos do titular Hélio Gueiros.
Diretor da Escola Superior da Magistratura do Pará e professor de Direito Processual Penal e Deontologia Forense da referida escola. Eleito para a APL, tomou posse em 1990. É membro-fundador da Academia Paraense de Letras Jurídicas, membro-honorário da Academia Paraense de Jornalismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Pará. Participante do curso de extensão em Direito Econômico, ministrado pelo professor Dr. Ives Gandra Martins. Admitido na Ordem do Mérito Grão-Pará, no grau de comendador. Medalha de Ouro pelos mais de vinte anos de bons serviços prestados à causa pública, entre inúmeras outras honrarias, medalhas, diplomas, outorgados no Pará. Certificado de Honra ao Mérito pelos relevantes serviços prestados ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Pará e Amapá. Medalha do Mérito Francisco Cadeira Castelo Branco, conferida pela Prefeitura Municipal de Belém.
Além de professor na área de Direito, é autor de vários trabalhos jurídicos publicados em revistas especializadas e colaborador nessa matéria no jornal O Liberal. Publicou inúmeros livros na área de Direito. Foi professor do antigo Cesep, hoje UNAMA, no período 1979/80. Possui dois livros de poesia publicados.
Livros: Sinopse Jurídica. Belém, 1980; Atos e Termos dos Procedimentos Penais. Belém, 1983; A Prova no Processo Civil, Achados na Lei; Agenda Constitucional; Constituição do Estado do Pará: Anotações Sinóticas; Crônicas Judiciárias, Cotidiano Legal. Belém, 1985; Prática Penal I. Belém, 1986; e Conheça seus Direitos.
Poesia: O Contar das Horas. Poesia. Belém, 1985; e O Voltar sem Amanhã. Poesia. Belém, 1987.
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Do livro Poesia do Grão-Pará (Rio, Graphia, 2001, seleção e notas de Olga Savary)
POEMAS
I
Me indago neste não saber,
me escondo neste esperar,
naquela dúvida do perder
na inocência deste mistério.
O êxtase que envolve
a procura da explicação,
que não vem no aclarar
das horas de visões distantes.
II
Desapareço nesse
mundo de nuvens
que cortam os céus.
Embriago-me na ilusão
que me assoma
essa idéia fixa do padecer.
No desfazer do vento
fragmentam-se os desejos
que perseguirem o encontrar
das esperanças que fugiram,
na certeza dos desenganos.
III
Veleja meu barco,
veleja sobre as ondas
e traz a paz
que não encontrei.
Planeja a tua vela
no bulício do vento
que leva os meus olhos
no ritmado bater das águas.
Vai, e me diz em segredo
o que restou dos sonhos
que me embalaram o teu velejar.
Veleja meu barco,
veleja sobre as ondas,
recolhe as lembranças
que deixei no teu balançar.
IV
Fiz tudo para lembrar
o último lampejo
do amor derradeiro
que não transparece,
o fim de uma passagem
que levou ao desengano.